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Engenheiro conta como é trabalhar no Oriente Médio

Engenheiro conta como é trabalhar no Oriente Médio

Para a construção civil há boas oportunidades em todos os países, principalmente em Dubai, mas os altos salários estão nas regiões com os maiores riscos de confrontos bélicos.



O Oriente Médio tem atraído cada vez mais brasileiros que buscam trabalhos qualificados no exterior, principalmente nos Emirados Árabes Unidos, onde estão localizados, entre outros, Abu Dhabi e Dubai. A construção civil, principalmente neste último emirado, oferece boas oportunidades, no entanto, o candidato deve ser flexível para se adaptar à cultura local e à identidade operacional da empresa em que vai trabalhar.
O engenheiro Ricardo Delarue já trabalhou no Kuwait e agora atua na ampliação do Aeroporto Internacional de Dubai. Abaixo, ele fala de sua experiência e descreve os prós e contras de se trabalhar em alguns dos países árabes. Confira:
Como é Trabalhar no Oriente Médio
"A ideia principal desse texto é tentar passar a experiência que tive trabalhando e visitando alguns países do Oriente Médio. Nada informado aqui é fruto de pesquisa, mas apenas um relato do que vivi nesses quase dois anos morando na região.
Primeiramente, cabe destacar que é muito importante ter conhecimento da empresa em que você pretende prestar seu serviço e também buscar informações de seu provável futuro cliente. Digo isso por experiência própria. Uma empresa italiana possui uma identidade operacional totalmente diferente de uma empresa escocesa, que também é bem diferente de uma empresa norueguesa. Na entrevista de emprego, procure efetuar perguntas para que você consiga identificar da melhor forma possível como a empresa em que você pretende trabalhar atua no mercado e como trata seus funcionários. A impressão que tive é que os eventuais problemas de ego ficam mais evidenciados quando uma pessoa está trabalhando no estrangeiro.
No Kuwait, país onde trabalhei por 18 meses, os salários são bem melhores pelo risco de ser vizinho do Iraque e estar próximo do Irã. Mas as remunerações dependem de vários fatores adicionais aos de praxe, que soam estranhos para nós brasileiros, como por exemplo sua nacionalidade (sim isso mesmo) ou se você está pretendendo viajar em status de solteiro ou casado.
Naquele país, os profissionais do ocidente, como nós americanos do sul, os demais americanos e europeus, são mais valorizados. Por exemplo, um indiano com 15 anos de experiência pode ganhar 25% do salário de um ocidental com a mesma experiência, simplesmente por sua nacionalidade.
Lá, um planejador vindo do ocidente com 10 anos de experiência pode ganhar até 5 mil euros líquidos por mês, mais diária de alimentação de até 32 euros, apartamento completo, inclusive com telefone para chamadas locais, carro, combustível, seguros de saúde e de vida, e se estiver na condição de solteiro, pode até ter direito a duas passagens anuais para o Brasil. Já um indiano com a mesma bagagem ganha, no máximo, 4,5 mil euros e mais nada no pacote, nem plano de saúde.
Um Project Control Manager, com mais de 20 anos de experiência, pode até ganhar o dobro com o mesmo pacote adicional.
Abu Dhabi (na foto) e Dubai têm bons salários, mas não os maiores do Oriente Médio. Porém, oferecem melhor qualidade de vida que seus vizinhos
Cabe destacar que para brasileiros tudo é complicado, desde a licença para dirigir (no Kuwait minha carteira de motorista foi emitida depois de três meses, já em Dubai ficou pronta rápido, mas tive que fazer exame de direção de novo), até o visto. Tudo para mim, como brasileiro, foi difícil de ser conseguido.
Recomendo que, no caso de vir com a família, que seja efetuada uma tradução para o árabe da certidão de casamento e se for o caso, de nascimento dos dependentes, uma vez que cedo ou tarde isso será solicitado.
Resumidamente, se você quer economizar um bom dinheiro, vá para o Kuwait e Arábia Saudita (se for para o Kuwait pode levar a esposa sem problemas, mas na Arabia Saudita, particularmente acho que ela terá algumas restrições por lá, como não dirigir um automóvel e poder ser molestada na rua mais facilmente, entre outras coisas). Se você quer economizar BEM MENOS dinheiro, mas ainda assim possuir uma qualidade de vida alta, faça como eu, vá para Dubai.
Resumidamente temos:
Kuwait e Arabia Saudita - bons salários e um bom padrão de vida (consumo de bebida alcoólica não é permitido).
Iêmen - não conheci, mas tive informações que lá o porte de arma é permitido e é simbolo de status andar armado, inclusive com sua metralhadora pessoal.
Qatar - Muito parecido com o Kuwait, mas com salários mais baixos e menor risco de guerra. Álcool é permitido em alguns hotéis, mas custa bem caro.
Bahrain - Excelente, país muito simpático, salários pouco maiores que Dubai e menores que o Kuwait. Lá a bebida alcoólica é permitida, com algumas restruições dos locais.
Emirados Árabes Unidos (Dubai e Abu Dhabi, entre outros) - Excelente qualidade de vida, estou adorando. Os salários são bem menores em relação ao Kuwait, mas pouco maiores que no Brasil (SP e RJ), com a vantagem de ser líquido, gasolina a 90 centavos de real por litro, custo de vida pouco menor que no Rio de Janeiro, exceto para aluguel de apartamento, que custa cerca de 65 mil reais anuais para um sala dois quartos em um lugar bom de morar, mas longe do centro.
Iraque e Irã - Os salários são fantásticos, realmente muito melhores que no Kuwait, o problema é que você pode morrer a qualquer momento, vítima de um atentado terrorista ou de uma bala perdida disparada por algum fuzileiro naval americano.
Omã - Não sei informar, lá ainda não fui. Já me disseram coisas boas do país, inclusive que o clima é muito parecido com o do Brasil, mas não posso tecer comentários a respeito.
Como procurar essas oportunidades? Existem diversos sites na internet em inglês. A experiência é excelente para sua vida pessoal e monetária. Realmente recomendo sem restrições.
Igualmente recomendo que você seja flexível para aceitar os costumes dos outros povos, sem se agredir com isso. Por exemplo, os engenheiros indianos comem com as mãos e as mulheres que utilizam abaya (uma veste negra que cobre o corpo e o rosto), no restaurante levantam ligeiramente o véu com uma mão e levam o garfo à boca, ou seja, por um momento não vêem mais o garfo e o alimento que vão comer. Um desafio e tanto para aqueles que querem novas experiências em todos os sentidos".
FONTE da matéria: (http://piniweb17.pini.com.br/construcao/carreira-exercicio-profissional-entidades/engenheiro-conta-como-e-trabalhar-no-oriente-medio-144844-1.aspx)

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